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segunda-feira, 21 de março de 2016

Reza para afastar a trovoada


Santa Barbara pequenina
Se vestiu e calçou
Seu caminho caminhou
Jesus encontrou
E Ele perguntou
Barbara, onde vais?
Senhor, vou para o céu,
Abrandar a trovoada
Que sobre nós anda armada
Manda para o monte do rosmaninho,
Onde não haja pão e vinho
Nem ramo, nem maneira
Nem folhinha de Oliveira.

"Ainda hoje, quando há grandes trovoadas, é hábito na Beira Alta as mulheres queimarem algumas das folhas do «ramo bento», para que o fumo «esconjure para longe os raios»"

terça-feira, 23 de setembro de 2014

"Os 'Olhares Fotográficos' dos estrangeiros" sobre Portugal



François Le Diascorn, Lamentações das três Marias, Évora, Portugal 1980



Sabine Weiss, Interior de igreja em Portugal, 1954



Cartier Bresson, 'Confissão', Igreja dos Jerónimos, 1954
DAQUI

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Devoção


fotografia de Artur Pastor,  (Trás-os-Montes) [entre 1950 e1954]
[Arquivo Municipal de Lisboa | Núcleo Fotográfico]



fotografia de Artur Pastor,  (Alentejo) [entre 1943 e1945]
[Arquivo Municipal de Lisboa | Núcleo Fotográfico]

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Senhor Jesus dos Navegantes - Ex-votos (quadros votivos)

   Existem vários objectos ligados ao culto da imagem do Senhor Jesus dos Navegantes no espólio artístico da Igreja Matriz de Ílhavo: dezanove quadros de ex-votos, desenhados e pintados, representando naufrágios e promessas dos marítimos ilhavenses, na sua maioria de finais do séc. XIX e que antigamente preenchiam na íntegra a parede entre o retábulo de altar das Almas e o retábulo de altar do Senhor Jesus dos Navegantes; ramos de flores artificiais, oferenda das mordomas; jarras de porcelana e prata; seis faixas bordadas a matiz e fio metálico de adorno da imagem e duas cabeleiras naturais.

Ex-votos do Senhor Jesus dos Navegantes de Ílhavo:





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Nossa Senhora do Monte - Funchal

Antigo descante popular da Festa de Nossa Senhora do Monte

Que lindo olhos vieram
Hoje a esta romaria:
Cada dois com seu derriço,
Cada dois com companhia.

Se são lindos os do campo,
Os de cá matam de amor:
'Tou vendo uns que tir' o «fôlego»
Ao primeiro cantador.

O dono desta viola
Faz do charamba um trovão,
Mas nam m'assusta q'os raios
Caem-lhe ao pé do bordão.

O trovão 'inda o mais rijo
Nam é que o há-de abrasar:
O perigo está nos coriscos
Que a moça tem no olhar.
E junto àquela parede
Ai, Senhora Santa Bárbara,
Estão eles a fuzilar.



domingo, 1 de maio de 2011

Festa de Nossa Senhora dos Milagres, Cernache - Coimbra

O Pão Ázimo


À noite dispunham-se num local amplo, geralmente numa "loja", oito "massadeiras", encostadas umas às outras, a formar um rectângulo.
Nelas se deitava a farinha, amassada depois ("tomada" no dizer local) por dezasseis rapazes (dois para cada massadeira), virados de frente uns para os outros, escolhidos entre os mais robustos do lugar.
A tarefa era acompanha pelo "preparador", um homem a quem competia vigiar a amassadura, e que, de vez em quando, deitava nas massadeiras a pouquíssima água que a massa levava.
Durante todo o processo eram entoadas "alvoradas" e cânticos populares de exaltação à Virgem.
Depois de pronta a massa era retirada das massadeiras pelo preparador e estendida por ele numa enorme pá em sete camadas (simbolizando os sete dias da semana).
A massa contida na última gamela (a oitava) servia para os enfeites, mais concretamente, para os elementos decorativos do pão ázimo (de formato rectângular), trabalho igualmente a cargo do preparador: as quatro pinhas (assentes no vértice, simbolizando o incenso); as duas pombas (com bicos voltados para fora, colocadas diametralmente opostas, a meio, no sentido da largura do pão, significando o Espírito Santo); as duas palmeiras (representando  a árvore do Paraíso), tendo de cada lado uma serpente bíblica, ondulando em direcção inversa, ao longo do comprimento do pão.
Chegados a este ponto da feitura do pão, os respectivos grupos saíam pelas ruas a entoar as alvoradas, para voltar ao mesmo lugar, a buscar o pão (coberto com caules de trigo verde, para que o forno o não queimasse), seguindo depois, cerca da meia-noite, em cortejo, até à "casa do forno" (utilizado apenas uma vez no ano, para este fim).
Na manhã do dia seguinte o pão era retirado do forno, pincelado com azeite e colocado num andor enfeitado com flores e verdura.


As alvoradas cantadas pelas ruas depois de amassado o pão:

Está sentada na pedrinha
A minha Virgem do Milagres;
Oh! Que tão baixa cadeira
Para tão alta Rainha.


Tem uma meada d'ouro
A minha Virgem dos Milagres,
Quem me dera ser a relva
P'ra ser o seu coradouro.


bolo santo


andor de Nossa Senhora dos Milagres

Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores.

terça-feira, 29 de junho de 2010

São Pedro - Montijo











Ainda em épocas passadas (1902), há referência à primeira queima de um barco no Páteo d'Água, ali colocado dias antes, ornamentado com flores e bandeiras.
À noite organizava-se um baile, cantava-se e dançava-se, enquanto era ateado fogo ao batel, continuando o bailarico ao redor da fogueira ...



Registe-se que as touradas foram introduzidas nos festejos da vila no século XVI, por provisão real do rei D. Manuel, «para diversão do povo».

Barros, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Junho. Lisboa: Círculo de Leitores.

domingo, 21 de março de 2010

"Romeiros das Brumas" - Ilha de São Miguel

(fotografia de Jorge Barros, adaptada)

O culto penitente dos romeiros da Ilha de São Miguel tem a sua origem em 1552, quando um grande tremor abalou Vila Franca do Campo. Nessa altura, um dos habitantes, na sua aflição, terá chamado pela Virgem do Rosário. Todos ficaram sob os escombros, menos aquele.
Em memória desse acontecimento, prometeram depois os açorianos, para louvar a Senhora, organizar anualmente as ramagens, compostas apenas por grupos de homens, a originar uma onda de penitência, oração e verdadeira solidariedade humana.
A volta à ilha, que decorre durante as sete semanas da Quaresma (a começar no primeiro sábado, ou em casos mais raros domingos), inicia-se de madrugada (quatro horas da manhã) e termina no sábado seguinte, à noite, ou no domingo de manhã, perfazendo cada grupo a peregrinação de uma semana - penitência religiosa que se verifica somente em São Miguel.
(1º Sábado de Quaresma, 20.02.2010)

Barro, Jorge e Soledade Martinho Costa (2002), Festas e Tradições Populares: Março e Abril. Lisboa: Círculo de Leitores.